
No mundo, cerca de 33,2 milhões de pessoas são seropositivas ou doentes de sida, sendo que, por dia, aproximadamente 1.200 crianças com menos de 15 anos são infectadas pelo VIH.
A ONU estima que 330 mil crianças com menos de 15 anos morreram devido ao vírus da sida, em 2007, e que 420 mil foram infectadas.
No total, os números de 2007 apontam para 2,5 milhões de pessoas infectadas pelo vírus, só este ano, e 2,1 milhões de mortos pela pandemia, que tem no continente africano a sua maior vítima.
A África sub-sariana concentra dois terços das novas contaminações, mesmo com a diminuição dos casos este ano para 1,7 milhões, comparando com os 2,2 milhões de 2001.
Nesta região do mundo, mais de 22 milhões de pessoas vivem com o VIH/sida e a maioria dos infectados adultos são mulheres (61 por cento).
«Stop Sida. Garantamos as nossas promessas» é o slogan para o dia mundial de combate à sida, que se assinala a 01 de Dezembro, e que este ano dá realce à necessidade de uma «liderança».
«Faço um chamamento para renovar a liderança que erradique a estigmatização do VIH», disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, numa declaração divulgada quarta-feira, a propósito do Dia Mundial.
«Sem liderança nunca conseguiremos superar a epidemia», sublinhou Ban, acrescentando que a sida é um problema que afecta os jovens no momento preciso em que deveriam contribuir para o desenvolvimento mundial ao nível económico e intelectual.
O secretário-geral da ONU enalteceu «os corajosos que vivem abertamente com o HIV, que defendem sem descanso os direitos dos seropositivos e que ensinam outros sobre sida».
Ban Ki-moon recordou também os milhões de órfãos da sida, crianças cujos pais morreram devido à doença e que enfrentam novos problemas humanitários, principalmente no continente africano.
Aos governos, Ban Ki-moon pediu uma melhor compreensão das dimensões da epidemia e mais recursos para o combate à doença.
«Desde o começo da epidemia que a experiência demonstra claramente que os avanços significativos de resposta ao HIV são conseguidos sob a égide de uma liderança forte e comprometida», acrescentou, por seu lado, a World Aids Campaign, cuja direcção definiu o mote deste ano para o Dia Mundial contra a Sida.
Assinalando os sinais de esperança no combate à doença, o relatório da ONUsida realçou que o número de mulheres jovens infectadas pelo VIH diminuiu em 11 dos 15 países mais afectados por esta doença, em 2007.
A organização também reconheceu «mudanças favoráveis» no comportamento dos jovens de vários países de África, o que demonstra a eficácia das campanhas de prevenção.
A redução, após dois anos, dos níveis de mortalidade da doença é atribuída «parcialmente» aos progressos no acesso aos tratamentos, salienta também a ONUsida.
Mesmo assim, apenas 28 por cento dos doentes que necessitam urgentemente de um tratamento para sobreviver conseguem ter acesso a ele nos países pobres, segundo um relatório publicado em Abril pela ONUsida, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Na Europa ocidental e central, uma das regiões menos afectadas pela pandemia, 12 mil pessoas morreram devido à sida, enquanto que 31.000 pessoas foram infectadas, só em 2007.
A missão fundamental da ONU é conseguir que todo o mundo tenha acesso aos meios de prevenção do VIH, tratamento, atenção e apoio, considerou Ban Ki-moon, sobre a epidemia que continua a fustigar mortalmente a população mundial.
Diário Digital / Lusa